Green Brick Road

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A vida já era feita «à volta das viagens» e um dia decidiram que era altura de partirem à aventura, de darem a volta ao mundo, mas ajudarem o planeta «mais limpo e verde para as gerações futuras».

GREEN BRICK ROAD

A portuguesa Rita Bragança, 29 anos, e o uruguaio Leandro Fans, 34, são os mentores do projeto Green Brick Road. «Quem não quer dar a volta ao mundo e conhecer muitos lugares e pessoas tão diferentes? E se se puder fazer isso de forma simbiótica, em que a viagem em si nos dá muito mas também podemos contribuir com algo? Escolhemos viajar pelo mundo numa eco-autocaravana como forma de nos deslocarmos entre quintas biológicas do programa internacional WWOOF (World Wide Opportunities on Organic Farms) onde iremos aprender através de trabalho voluntário», disse à NM, Rita Bragança.

A Rita é formada em direcção de cena e o Leandro é chefe de cozinha e o objectivo de ambos é aprender sobre agricultura biológica e permacultura e aprender a viver de forma sustentável e auto-suficiente. «Uma espécie de curso prático intensivo», adianta Rita sublinhando que «É também chamar a atenção para o facto de estarmos a viver de uma forma insustentável baseada num sistema de comprar-usar-deitar fora. A esta altura, depois de tantos anos a ouvirmos falar em protecção do ambiente já parece um bocado absurdo haver ainda quem se recuse a ver isso como uma problemática séria. É daquelas coisas que toda a gente sabe mas poucos fazem alguma coisa porque dá trabalho e porque ser ecológico “é coisa de hippie”. Reduzir o consumo é fácil, reutilizar é uma forma de criatividade e reciclar chega a ser um jogo de crianças com os ecopontos às cores».

Rita e Leandro partiram no início do mês de Abril e vão estar a viajar durante dois anos, passando por 15 quintas em países diferentes. Se quiser embarcar pelo mesmo espírito mas ficar por Portugal, saiba que o WWOOF em Portugal tem cerca de 200 quintas.

«O contacto com os anfitriões e a comunidade local, permitem uma valiosa aprendizagem sobre o trabalho a fazer, como o fazer e como tirar o melhor da quinta. Em troca pelo trabalho voluntário, os anfitriões oferecem alojamento e alimentação», explica Rita. Na viagem vão usar, como veículo, uma carrinha que adaptaram ao uso de óleo vegetal como combustível. Mais barato e amigo do ambiente.

«São dois problemas resolvidos de uma só vez, os gases emitidos são menos poluentes do que o gasóleo e elimina-se um resíduo. Mas é importante reforçar que se se quiser usar este combustível que se faça de forma consciente, usem óleo vegetal usado e nunca óleo vegetal novo. Porque faz com que aumente o preço deste produto alimentar básico e pressiona a produção de mais óleo para ser usado como combustível. Essa é uma das principais causas da desflorestação, com consequências devastadoras para habitats e vida selvagem por todo o mundo, e também do desalojar de comunidades indígenas para dar lugar a estes enormes empreendimentos».  

No futuro querem ter uma quinta própria: «não sabemos onde ainda, mas queremos um lugar onde possamos ter a nossa família e viver segundo os princípios de permacultura. Esperamos continuar com o programa WWOOF mas já como anfitriões, assim podemos partilhar o que aprendemos durante a viagem e receber wwoofers de todo o mundo».

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